Dragon Ball Z é aquela série que todo mundo já assistiu e gosta. Mesmo que você (assim como eu) reclame que, com o passar dos arcos, os personagens que não são Sayajins começam a ficar obscurecidos, que não há consequência na morte e que é só esperar o Goku chegar que tudo vai dar certo, todos nós gostamos de ver os caras com rabo de macaco gritando igual retardados para mudar a cor do cabelo.
Dragon Ball, se me permitem imitar a globo, “é o star wars dos mangas”. Digo isso porque praticamente todos que vieram após ele foram influenciados, pelo menos um pouco, pelo nosso menino Goku alegria nas pernas.
As batalhas, os poderes, as transformações, as formulas (protagonista é derrotado -> treina-> derrota o inimigo -> faz amizade com ele) … Tudo isso era novo no mercado Japonês, quiçá no mundo! Não é coincidência que Naruto e Luffy foram criações influênciadas pelo Goku… E muitos outros protagonistas serão! Isso porque Kakaroto é tudo que um principal padrão precisa ser: é puro de coração, inocente, bondoso, justo e, acima de tudo, tem um potencial absurdo para as batalhas.
Então, porque Dragon Ball Z tem sido criticado recentemente? É porque, depois de crescidos, olhamos para ele e dizemos “nossa, que repetitivo. O protagonista luta, perde, treina e depois ganha, não tem nenhuma profundidade”.
E é ai que cometemos nosso primeiro erro: nenhuma obra tem a obrigação de ser profunda, e isso não necessariamente quer dizer que a história que está sendo contada é ruim.
Vamos ver por exemplo a luta do Freeza: de um lado, Goku, nosso mocinho que está atrás das esferas do Dragão para ressuscitar seus amigos, do outro, Freeza, um cara que está atrás das esferas do Dragão para adquirir a imortalidade e continuar conquistando planetas universo a fora. Claro, estou pulando toda a parte da invasão de Namek, mas só porque ela serve para mostrar como Freeza é mal que nem pica-pau e é doido por poder, uma motivação digna do último lugar em… Um rank de motivações.
Mesmo que os personagens envolvidos nisso tudo sejam rasos, o que temos aqui é um dos melhores arcos de todos os mangas, boa parte se deve ao fato de Freeza ser um filho da puta em todos os sentidos (menos o literal), mas a maior parte se deve a uma luta que, mesmo durando apenas 5 minutos, é excelente e cheia de tensão, ataques maneiros e outras técnicas que fazem você ficar pulando de emoção torcendo pelo protagonista. E é ai que chegamos no ponto forte do manga: as lutas. Dragon Ball Z não foi escrito com o objetivo de ser profundo, te fazer filosofar ou ficar triste, ele foi feito com o Intuito de mostrar uns golpes maneiros e seres poderosos se digladiando com socos, chutes, tele transportes e lasers (ou seja lá como funcionam aqueles ataques).
Qual a primeira imagem que vem na sua cabeça quando você ouve “Dragon Ball Z”? Com certeza é uma luta, porque é nisso que Dragon Ball se concentra, e isso não o torna ruim. Claro, seria muito interessante saber mais sobre o universo onde essa história se passa, seria interessante que as relações entre os personagens fossem mais aprofundadas, mas essas são apenas falhas da obra, que não estragam ela como um todo.
“Ah, Dragon Ball é muito clichê”, essa afirmação pode até ser verdadeira, mas ela é justa? Como foi dito antes, quando o manga foi lançado pouca coisa como ele existia na época, e logo depois muitas pessoas foram influenciadas pela obra, e ai depois de um tempo acabou virando algo clichê. É como dizer que o Superman é clichê porque ele é o padrão de todo super herói, mas isso se deve ao fato do padrão “super herói” ser baseado nele, já que ele foi um dos primeiros.
Dragon Ball Z não é ruim justamente porque é bom no que faz, e o que ele faz é criar lutas emocionantes e animadoras, que te fazem querer viver dentro daquele universo.
A seguir, algumas recomendações de leitura e otras cositas más:
Were there any anime like Dragon Ball Z before it was created?
Dragon Ball: The Works that Influenced the Series
[Dragon Ball wikia] List of influences on popular culture
Dragonball vs. Jojo’s Bizarre Adventure (Part 1)
