Pocket: a descentralização do conhecimento

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 Toda vez que você pensa que deveria ler mais, provavelmente completa a frase automaticamente com “livros”.

“Preciso ler mais” = preciso ler mais livros

 E isso não está totalmente errado, livros, tanto na sua versão física quanto digital, foram e sempre serão grandes fontes de conhecimento, curiosidades e informações. A questão é que hoje em dia nós não precisamos nos limitar à isso. De fato, a internet possibilitou que textos de sites possam passar informação de qualidade de forma confiável e gratuita. Grandes sites como New York Times, Medium, Revista Piauí, VICE e The Intercept produzem matérias e artigos fascinantes (e em português), mas por vezes de difícil leitura.

 É ai que entra o Pocket.

 Quando eu passei a acessar frequentemente o ano-zero.com, tinha uma dificuldade em ler os textos de lá porque eles continham facilmente mais de 1500 palavras, e ler isso enquanto eu estava no computador era um desafio, já que tinha outras coisas pra fazer também. Ficar navegando nas redes sociais, por exemplo, era uma grande distração. Eu nem me preocupava em tentar resolver esse problema passando ele para o celular, uma vez que já sabia que teria o mesmo problema, com a adição do whatsapp para intervir nas leituras.

 Mas com o pocket, você pode fazer com textos o que faz com aquela música baixada pelo spotify. Ele age como um agregador, e até como curadoria, de conteúdo em texto da internet. Isto é, no ônibus para a escola ou trabalho, basta sacar o seu celular para aproveitar o momento de ócio e ler uma reportagem do New York Times sobre a indústria alimentícia no Brasil, um texto do Fernando Haddad na Revista Piauí ou uma entrevista com o criador de um dos jogos mais vendidos no nosso país.

Obviamente, temos de entender que isso não é possível ou recomendado em todas as partes do país, afinal de contas tem muita gente com medo de usar fones de ouvido por que acha que vai ser roubada, então isso é um certo privilégio que temos. Eu, por exemplo, utilizo no ônibus que vai para minha escola – onde não tenho medo de ser roubado porque 95% das pessoas lá dentro são alunas da mesma escola que eu, mas não faria isso em um ônibus que me leva para o centro da cidade.
 Nesses casos, um livro nunca perde seu status. Afinal, ninguém rouba um livro… né?

 Enfim, a questão é a facilidade de se encontrar bom material na internet, e de assuntos tão variados, quanto você encontraria numa biblioteca. Um artigo não tem a mesma profundidade que um livro sobre determinado tema, mas você não precisa de toda essa profundidade quando o assunto é algo como “O jeito que as grandes empresas de moda influenciaram homens a usar Jeans” ou o Pineapple e como se livrar das ameaças que ele oferece.

 De fato, exigir que todo conhecimento digno de sua atenção esteja em um livro é excluir qualquer conteúdo que seja simples ao ponto de caber em um artigo, mas é continua interessante.

 Já li diversos textos sobre coisas que fazem parte da minha bolha de interesses, como política brasileira, liberdade na China, segurança na internet,  economia, etc… Mas também já me peguei lendo assuntos que nunca procuraria em algum livro, tais como moda, junk food e a situação das famílias mais pobres de Paraisópolis.

 Assim, pocket se consolida, pelo menos na minha vida, como um aplicativo que traz informações interessantes de coisas que nem sempre fazem parte da minha vida, mas que não deixam de ter sua importância.

Se você já gostou e está a procura de textos interessantes, como aqueles que foram citados (e linkados) aqui, que tal dar uma olhada nos nossos posts semanais de recomendações? Temos uma seção especial de textos só para você, grande inquisidor da sabedoria. Deixarei no final alguns dos textos de destaque aqui do in-senso, que merecem ir para o seu pocket.

O sonho de Nabucodonosor: Um presságio da história da humanidade e seu fim
Depoimentos simples de coração
Entendendo The man comes around, a música apocalíptica de Johnny Cash

 Espero que tenha gostado do texto e, no mínimo, se interessado pelo aplicativo! Até a próxima e tenha uma boa vida, como diria um dos hosters do troca o disco.


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