Você se lembra? Sertanejo Arrocha

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Para além das Antigas® do Jorge e Matheus, há coisas que já habitaram o topo das paradas musicais no Brasil e que foram esquecidas pela população em um pacto silencioso com o objetivo de manter a sanidade geral. Mas é claro que vez ou outra alguém em alguma rádio esbarra no aparelho de som e coloca Israel Novaes – Vem ni mim Dodge RAM pra tocar, e ai acontece da gente lembrar do tipo de coisa que fazia sucesso nessa época.


Quem não lembra do saudoso Tchu Tcha Tcha? A música de ritmo contagiante, dança sensual e que até em Goiânia já pegou por algum motivo sombrio tinha o Neymar na letra. Esses fatores juntos tornaram ela um sucesso que marcou época, representando não só a cena musical como também as manifestações de 2013 e a novela Avenida Brasil.
 Mas é preciso lembrar que todo movimento tem suas origens, e aqui não seria diferente. Afinal, quem teria aberto as portas para essas músicas de letras questionáveis se não Michel Teló e sua querida “Ai se eu te pego”? A música viralizou e se alastrou pela Europa tal como a peste negra, tendo sido relançada com a tradução “Oh, if i catch you” no exterior, praticamente a Garota de Ipanema de nossos tempos. É claro que Teló não ficaria parado e logo emplacou outros hits, como a eufemística “Fugidinha”.

Hoje em dia, graças à Deus, temos muito mais mulheres na cena do Sertanejo. Nessa época o cenário era dominado por homens jovens, héteros e brancos, então era natural que as músicas falassem dos interesses desse grupo, tais como baladas, abuso sexual e carros… Rapaz, o que foi essa febre das músicas de carros, ein. Tivemos de Dodge RAM até a sensação regional da Doblò (que é melhor que o Fiorino e maior que um Camaro).

Muitos caminhos diferentes foram seguidos pelos artistas que carregaram esse período. Alguns ficaram ricos e sumiram, como o Michel Teló, outros se reinventaram e estão até hoje fazendo sucesso, como o Gusttavo Lima… E tem aqueles que desapareceram também, né, como o Gabriel Gava. O Israel Novaes deve estar fazendo muito sucesso lá na região da onde ele saiu, recentemente saiu numa foto ae junto do Bolsonaro pra pedir o fim da meia entrada – ou seja, era melhor ter simplesmente desaparecido mesmo. 
 A dupla icônica Munhoz e Mariano (como esquecer daquela música “saiu de casa pra dar, pra dar, pra dar… Pra dar o que falar!”) também ficou desaparecida por um tempo, até voltar com a música “mulherão da pzorra” e sumir de novo.  Mas a final de contas, o que esperar de uma dupla que deu uma entrevista onde o principal assunto era o uso de fralda em um show? 

G1 – Você parou de usar a fralda?
Mariano –
Eu nem ia usar em todos os shows, mas como a mídia achou um pouco apelativo, eu já larguei mão, declarei no Twitter. [No dia 20 de setembro, o cantor respondeu a um seguidor de seu microblog: “Acho que aposentei a fralda, muito bolor, kkkkkkk”] 

 Misericórdia… É melhor agradecer pelo Brasil ter saído desse surto coletivo e manter essas lembranças lá no fundo da Fiorino.

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