Eu estava procrastinando no twitter, certo dia, quando vi uma galera falando de um anime que tinha lançado na Netflix: Beastars.
Em um primeiro momento o que me chamou atenção foi a descrição que deram do tal anime
“é um Zootopia nada infantil” e muita gente falava muito bem do anime, que era um dos melhores que tinham assistido. Bom eu estava convencido, afinal Zootopia é um filme muito bom, que mesmo sendo infantil tem varias metáforas com relação a sociedade e as classes sociais, então como estou de quarentena (na verdade não saio de casa desde que me formei no ensino médio), na verdade todos estamos e teoricamente temos muito tempo livre, fui assistir Beastars.
Sendo bem sincero, fiz um esforço tremendo pra continuar assistindo, e no final acho que de todos os doze episódios da temporada, só gostei mesmo de dois, os episódios 6 e 10. Bom, vamos a sinopse do anime pra você entender o que eu estou falando.
“Em um mundo onde convivem animais de todo tipo, um lobo manso começa a descobrir seus instintos predatórios justamente quando acontece um assassinato na escola.”
A proposta é muito boa, é literalmente o plot de Zootopia, porém eu esperava que tivesse investido mais nesse plot.
O tal lobo manso é o personagem Legoshi, ele tem uma personalidade bastante clichê de animes, é o garoto solitário, isolado, a beira da depressão, que está se conhecendo e vendo que é mais forte do que pensa.
Dentro da trama isso até “escapa” do clichê porque como é uma sociedade de animais e Legoshi é um lobo cinzento, ele é temido pelos outros animais (principalmente herbívoros) o que o leva a ser isolado, esse é um ponto em que a trama poderia caminhar, porque a sociedade de Beastars vive uma tensão constante, são carnívoros e herbívoros tendo que conviver, predadores e presas, e o anime até bate bastante nessa tecla, os episódios que citei são os que melhor fazem isso, mas os outros se focam em uma trama que eu achei que não fosse me incomodar, mas me enganei.
Agora chegamos ao titulo desse texto, todo o resto do anime e também a forma que abordam a tensão entre carnívoros e herbívoros é baseada em… a paixão de Legoshi por sua amiga Haru… uma coelha anã. Pois é, esse é o momento de desgraça onde o anime se torna perigosamente Furry.
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| Cena da Abertura que por sinal é muito boa |
Veja bem, a ideia não é ruim, e poderia desenvolver muito bem os dilemas da sociedade de Beastars, poderia falar muito de todo o preconceito e o anime até faz isso, o problema é que esse romance não me desce.
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| Não vou sofrer sozinho, vejam que desgraça |
Além de ser horrível ver cenas quase sexuais de um lobo e uma coelha (eu falei, perigosamente Furry), todo o roteiro em cima da paixão é muito batido, eu sentia vergonha alheia vendo as cenas.
Não estou dizendo que o anime é ruim, afinal ainda tem bastante criticas sociais na forma de metáforas, uma delas que poderia render uma baita discussão é a questão de instintos abordada no anime, na questão de poder, dominação de uma classe sobre a outra, e até do machismo. Mas pra mim o romance não deu.
Você deve estar pensando que esse texto se tornou extremamente um texto de opinião, e na verdade é, eu nao planejava fazer um review. Antes eu achava lindo animes como Sword Art Online, em que existe esse tipo clássico de romance, porem ao final de Beastars eu percebi que não tenho mais paciência pra isso (acho que pode ser porque me identifiquei com o Legoshi, pqp…).
