O conteúdo solo de Hearthstone é bem legal

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    Na verdade, foi o principal motivo para eu ter voltado a jogar. 

    Comecei a jogar em 2016 com a expansão Sussurros dos Deuses Antigos (Lovecraft é meu ponto fraco), na época o Shaman dominava o meta com seu deck e o infame lacaio 7/7 de custo 4. Quando parei de jogar o jogo estava no que era então minha expansão favorita, “Jornada à Un’goro”. Além da ótima temática, o Shaman tinha finalmente ficado para trás enquanto outras classes tomavam seu lugar como líder do meta… Até que alguém criou um deck muito rápido de Shaman com Murlocs, o que o levou novamente para o primeiro lugar na lista de heróis mais fortes. Cansado desse cenário repetitivo, resolvi dar uma parada e depois de um tempo simplesmente esqueci da existência do jogo, salvo pelo conhecimento de uma ou outra expansão que saia. Fiquei particularmente excitado com O Bosque das Bruxas e O Ringue do Rastakhan, já que foram focados em raças que acho interessantes. Imagine meu descontentamento quando descobri que são consideradas duas das expansões mais fracas da história do jogo.

 

É legal quando não é com você

 

    Enfim, muito tempo se passou e em 2020 nos encontramos trancados em casa etc…. Hearthstone estava voltando a virar assunto depois da notícia de que a nova expansão, Cinzas de Terrálem, traria uma nova classe, algo que era praticamente uma teoria da conspiração desde o lançamento do jogo. Dando uma lida, também descobri que eles dariam um deck gratuito da nova classe, Caçador de Demônio, e mais um deck de qualquer classe escolhida pelo jogador que estivesse retornando depois de muito tempo sem jogar. Ou seja, eu.

    Não demorou muito e acabei baixando de novo o battle.net e instalando o Hearthstone. Por sorte voltei numa época muito boa, já que só de entrar no jogo ganhei 2 lendárias (Sarthovarr e Kael’thas), além dos 2 decks prometidos e outra lendária substituta do antigo Ilidan (que agora virou um herói). Mas o que eu realmente estava ansioso para olhar eram as aventuras.

    Olhando agora, não sei porque estava tão animado para jogar elas de novo. As que eu já tinha completado até então, Liga dos Exploradores e Uma Noite em Karazhan (além de uma boa parte de Montanha Rocha Negra), não tinham lá um fator replay muito grande. Você basicamente montava um deck para lutar contra um chefe e era isso. Claro, tinha o modo heroico, mas ele sozinho não é tão interessante. Foi só quando entrei na aba de aventuras, para dar uma olhada nas novas, que eu me deparei com o quanto elas tinham mudado para melhor (muito melhor).

 

Completando a antiga aventura da Liga dos Exploradores. Derrotando Rafaam antes de me juntar a ele 6 expansões depois.

    Tudo começou com a Dungeon Run de Kobolds e Catacumbas, uma aventura que saiu do estilo estabelecido até então para buscar um sentimento mais próximo do famoso RPG de mesa Dungeons and Dragons. Nessa nova aventura, você escolhe um herói para enfrentar 8 chefes aleatórios – começando com um deck pequeno que vai aumentando de acordo com os pacotes de cards escolhidos e tesouros encontrados. É uma experiência muito interessante, já que os tesouros, cartas especiais passivas ou ativas com poderosos efeitos, podem deixar seu herói realmente apelão no final, fazendo coisas absurdas. Ao mesmo tempo, por ser a primeira aventura do tipo, ela pode parecer meio fraca em relação as outras.
    Você utiliza seus heróis normais e sempre começa com o mesmo deck/poder heróico. Os tesouros são bens legais e, mesmo que alguns façam falta nas “continuações”, é inegável que Dungeon Run possui um conjunto fraco de tesouros. O ponto mais fraco, no entanto, é que para “conquistar” definitivamente a aventura e levar o verso de carta especial, você precisa completar ela com os 9 heróis. Alguns são muito fortes, já outros vão fazer você jogar tudo de novo várias vezes… Tudo isso contribui para tornar essa aventura mais difícil e repetitiva do que as demais, mas não deixa de ser uma boa pedida.

O tipo de coisa insana que você consegue fazer com os tesouros certos

 

    Logo em seguida veio A Caça aos Monstros, da expansão O Bosque das Bruxas. Nessa aventura você tem 4 heróis novos e feitos exclusivamente para a aventura, assim como um poder heróico novo para cada um deles. Você ainda precisa ganhar com todos para enfrentar a chefe final, mas aqui os tesouros são bem mais interessantes (há inclusive tesouros exclusivos para cada herói) e todos os heróis pode terminar a aventura com certa facilidade. Há, outra coisa legal é que cada um tem um último chefe específico e relacionado a sua história, um trabalho bem legal da equipe de Hearthstone. Como cereja no bolo, temos toda a temática de bosque assombrado e sociedade vitoriana muito bem implementada.
    Essa foi a primeira aventura que testei quando voltei ao jogo e nela descobri uma das coisas que mais me faz gostar desse conteúdo solo: não há limite de tempo para jogar. Enquanto no PvP você tem 1 minuto disponível para seu turno, aqui você pode gastar quanto tempo quiser. Aproveitei muito isso para jogar enquanto fazia outras coisas, como assistir filmes com a família, conversar no whatsapp, arrumar a casa, etc…


 

    A próxima que eu quero comentar é O Assalto a Dalaran – a aventura da expansão A Liga do M.A.L. Aqui temos o conceito de um grupo de vilões que tenta tomar o controle da cidade de Dalaran, capital da magia e seus estudantes. Jogando ao lado dos vilões, você pode escolher entre 9 heróis exclusivos da aventura – mas não para por aí. A aventura é divida em 5 capítulos, cada um com uma particularidade e com dificuldade que vai aumentando aos poucos. Cada herói tem 3 poderes heróicos e 4 decks disponíveis, que você pode desbloquear a medida que vai derrotando chefes. Isso soluciona um dos grandes problemas da Dungeon Run, pois o jogador não só passa a ter uma recompensar por derrotar chefes (além da experiência) como também pode criar novas estratégias e tentar coisas diferentes, fortalecendo muito o fator replay.
    Aqui, terminar o jogo com todos os heróis é um desafio próprio, já que o jogo não pede mais isso para completar de fato a aventura. Outra coisa legal que adicionaram foi o modo anomalia, que coloca um fator aleatório na sessão que pode virar o tabuleiro de cabeça para baixo (alguns exemplos são: todos os feitiços custam 2 a menos, murlocs aleatórios aparecem no campo de batalha, etc…).
    Até agora, é minha aventura favorita.

 

Os heróis são muito carismáticos, da até gosto de jogar

    Em seguida foi lançada “Tumbas do Terror”, da expansão focada em Uldam – uma área desértica do mundo de Warcraft muito inspirada no Egito antigo. Com uma estrutura de capítulos semelhante a Assalto a Dalaran, aqui nos temos 4 heróis, cada um representando 2 classes diferentes – uma espécie de meio termo entre o benefício de ter muitos heróis e a facilidade de ter menos. O legal é que, além de 3 poderes heróicos e 4 decks cada, os heróis também podem escolher um entre 6 tesouros exclusivos poderosos logo no início. Isso é muito útil para enfrentar os chefões, que começam com 300 de vida, mas não se assuste, a vida deles se mantém entre sessões. Isso quer dizer que você pode lutar contra um chefão e deixar ele com 100 de vida, tornando mais fácil vencer ele na próxima vez.

Muitas vezes a sorte não esta a seu favor

 

    Infelizmente, esse estilo de aventura acabou por aqui (ou talvez felizmente, tinha muita gente enjoada já). As próximas seguiram um esquema mais parecido com as antigas aventuras, porém sem a necessidade de construir um deck – ela já te fornece um. É até bom que eles tenham feito algo diferente, sempre bom dar uma variada. Principalmente se levarmos em consideração que o novo modo de jogo, Duelos, é basicamente esse estilo de “Dungeon Run” contra outros jogadores.

    Uma das coisas que a comunidade vem sugerindo aos jogadores é que eles tornem o jogo mais barato e encontrem outras formas de monetizar ele. Verdade seja dita, Hearthstone é muito mais caro do que outros jogos de cartas online, como Lendas de Runeterra e Gwent. Uma forma legal de ganhar dinheiro sem precisar criar conteúdo seria simplesmente vender os heróis que utilizamos nas aventuras. Hearthstone oferece heróis alternativos para cada classe – uma mudança apenas estética que adiciona um novo retrato e novas falas. Já que os heróis das aventuras já tem tudo isso pronto, por que não aproveitar e fazer um dinheiro fácil?

    Deve haver algum lado ruim nessa ideia, mas não consigo pensar em nenhum.

    Enfim, só o tempo dirá como será o futuro do jogo. Espero que eles continuem a lançar boas aventuras. Não tem problema lançar uma ruim de vez em quando, contanto que tenham as boas pra gente aproveitar. Enquanto isso, vou tentando completar o modo heróico de cada uma pra ganhar um verso de carta maneiro. E é isso que importa.

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